quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Desabafos de uma tresloucada - tentativa de autoterapia




"Não vejo mais você faz tanto tempo
Que vontade que eu sinto
De olhar em seus olhos, ganhar seus abraços...
...Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando te encontrar
Vou me perdendo
Buscando em outros braços seus abraços
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo em que você se retirou
E me atirou e me deixou aqui sozinho"
(Você não me ensinou a te esquecer- Caetano Veloso)


Ando cada dia mais tresloucada...
Decido esquecer, mas quando penso que esqueci,me lembro
Tudo me faz lembrar daquele que se lembrou de me esquecer, mas esqueceu de me lembrar de esquecê-lo.

Tudo me traz ele à memória, mas nada me traz ele ao tangível, ao real.
Cada letra R, cada vez que seu nome aparece em algum lugar,cada Ford Focus prateado é uma esperança de ser ele dirigindo. Cada ida á Paulista me faz passar na rua dele como se o fosse encontrar, mesmo sabendo que aquele horário é impossível dele estar ali.Cada vez que se fala de corrida,natação triatlon. Cada música ouvida juntos, seja da Shakira,do U2,Paralamas do Sucesso.Cada música de amor melosa seja do pagode mais fuleiro,ao MPB mais rebuscado, todas as canções me trazem lembranças de momentos vividos intensamente.

Aqueles olhos verdes estão sempre no alto dos meus pensamentos,fecho os olhos e os enxergo como se estivessem a me admirar como outrora. Ai de mim se pudesse ir atrás dessa outrora e o encontrar novamente.

Encontrar só pra terminar,oras, se começou,tem que ter um fim. Sou muito sistemática e me sinto perdida quando não vejo o fim do filme, a última página do livro escrito FIM, ou o adeus, me dizendo pra não ter mais esperança,que não tem volta, que acabou.

Enfim, muitas vezes eu mesma penso que se vivi 24 anos sem saber da existência dessa criatura, porque agora não conseguiria continuar a vida como sempre,sabendo que "os homens são assim mesmo", "que ele é mais um, como você foi mais uma na vida dele". O problema é que a paixão é uma doença pathos - patologia que começa com a criação de um simulacro,explico: é a criação na sua cabeça de alguém que não existe,é como você imagina e quer que o outro seja. Sendo assim, essa pessoa criada e projetada na outra pessoa só é descoberta como alguém que não existe, depois que você quebra a cara. Caso a outra pessoa tenha feito alguma projeção sobre você,e tenha entrado em ajuste com a sua pessoa real, o relacionamento vai pra frente. Em casos em que não dá certo, como o meu, só o tempo pra ajudar a matar esse ser criado. O problema é que o tempo, matador de simulacros, mata como um veneno, em doses de conta-gotas e no meu caso pra fazer efeito precisa de um remédio que amarga a boca, mas que cura a doença, o ADEUS final.